Visitar Eduardo Mateo

3 out

Se o leitora ou leitora já conhece esse músico, parabéns pelo conhecimento e pelo olhar latino americano, pois este relato pode ser incluído numa pretensa lista de Achados de frente para a América Latina. Ou invertendo, Desconhecimentos por estarmos de frente para o Atlântico, Europa e EUA. É o caso do cantor uruguaio Eduardo Mateo. Como sempre, quando descubro algo novo testo meu deslumbre, pergunto a pessoas bem informados, em especial a jornalistas (que, em tese, deveriam ler muito e serem consumidores vorazes de muita informação e de todas as partes do mundo, ou ainda trabalharem contra a desinformação). Constatada a ignorância generalizada a respeito do nome, a descoberta ganha passagem para este blog. É assim que boa parte dos textos aí embaixo foram escritos.

Curiosamente, depois que me aproprio da descoberta vou tendo novos descobrimentos e certificando-me que a descoberta não é assim tão nova e que muitos sabem do assunto, graças, talvez à internet, Wikipédia, sites e blogs.

Vamos lá a Eduardo Mateo. Participava do grupo El Kinto e se lançou em carreira solo numa decisão conturbada e ousada graças ao incentivo da sua empresária que o levou a gravar em Buenos Aires contra a postura da sua gravadora que relutava em lançar o solo. Isso foi há quatro décadas, em 1972 (dias depois do avião da Força Aérea cair na cordilheira dos Andes com os jogadores de rúgbi, que parte dos sobreviventes se alimentou de carne humana).
Surgiu dessa gravação “Eduardo Mateo solo bien se lame”, cuja tradução é Eduardo Mateo solo , se arregla bien ou Mateo sozinho se resolve bem, se dá bem. O disco é uma mistura de candomblé , bossa nova, folk, rock e ritmos indianos, caribenhos e árabes, com poesia muito simples e vagas. … de um uruguaio!

Só essa definição leva a tentar conhecer o disco, que é considerado uma antecipação do que fez Bob Dylan, em 1973, com Basement Tapes. Depois vem vem Corpo e Alma, em 1984 um dueto com Fernando Cabrera em Mateo & Cabrera, de 1987. Mateo é comparado a Nick Drake e Syd Barret. Morreu em 1990, aos 49 anos.

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